quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pesquisa aponta falta de políticas de formação continuada para professores no Brasil


Todos Pela Educação


A falta de uma política sistemática para a formação continuada dos professores dificulta a atualização dos docentes brasileiros. Além disso, segundo a pesquisa “Formação Continuada de Professores: uma análise das modalidades e das práticas em estados e municípios brasileiros”, realizada pela Fundação Victor Civita (FVC) em parceria com a Fundação Carlos Chagas (FCC), a não remuneração pelo tempo de estudo é outra dificuldade para pôr em prática os programas de formação.

Segundo a pesquisa divulgada na última semana, outros obstáculos ao aprendizado contínuo do magistério são a ausência de centros de formação docente, a baixa articulação das redes de ensino e o preparo insuficiente dos gestores escolares para desenvolverem adequadamente os programas de formação.

“O estudo apontou uma situação muito preocupante para a Educação Básica brasileira: as secretarias de Educação desconhecem as necessidades de sua rede e não conseguem estabelecer políticas sistematizadas de formação continuada e integradas às demais políticas educacionais”, afirma Angela Dannemann, diretora-executiva da FVC.

Mas por que é importante que o professor sempre busque ampliar seu repertório? Angela esclarece: “O papel da formação continuada é aperfeiçoar conhecimentos com impacto direto no ensino. Sem Educação continuada, a evolução da Educação pública no País será extremamente lenta e desorganizada”.

Sugestões para as secretarias de Educação
A pesquisa identificou iniciativas que podem auxiliar as secretarias, tanto municipais quanto estaduais, a garantirem uma formação continuada eficiente. São elas:

1- Investir maciçamente na formação inicial dos professores – assim a formação continuada não precisará atuar para cobrir lacunas anteriores.

2- Coordenar a oferta de formação continuada com as etapas da vida profissional dos docentes, mediante a oferta de quatro tipos de programas: os dirigidos aos ingressantes; os voltados aos que estão mudando de segmento ou de nível de ensino; os direcionados a estimular a autonomia do professor; e os delineados para docentes com mais de 15 anos de profissão.

3- Desenvolver políticas que formem e fortaleçam, em conjunto, o corpo docente e a equipe gestora (diretores e coordenadores pedagógicos).

4- Ampliar a oferta da formação continuada para atender a professores de todos os níveis e modalidades de ensino, garantindo que as ações formativas não se restrinjam apenas às áreas de português e matemática.

5- Trabalhar em parceria com as universidades (que tenham cursos de formação de professores).

6- Incentivar a continuidade de programas bem-sucedidos, evitando que sejam interrompidos por mudanças de gestão ou adoção de políticas partidárias.

7- Investir na socialização de experiências bem-sucedidas.

8- Desenvolver ações de formação continuada que contribuam para aumentar o capital cultural dos docentes.

9- Ampliar o tempo dedicado às ações de formação continuada, de modo que elas não se restrinjam apenas às reuniões pedagógicas coletivas, na escola.

10- Apoiar as escolas – equipe gestora e corpo docente – e incentivá-las a experimentar novas práticas educacionais e a empregar as inovações divulgadas nas ações de formação continuada.

11- Avaliar os resultados dos programas de formação continuada.



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